domingo, 23 de março de 2014

Educação Escolar de Pessoas com Surdez - Atendimento Educacional Especializado em Construção



Atualmente, a educação escolar de pessoas com surdez nos coloca uma nova concepção em foco o embate entre oralistas e gestualistas o que prejudica o desenvolvimento integral da pessoa com surdez no âmbito escolar, visto que o foco institucional deve ser a qualidade e eficiência nas práticas pedagógicas e não necessariamente centrado em uma linguagem específica (Libras ou Língua Portuguesa). É imprescindível trabalhar os aspectos os identitários dos surdos: cultura surda, identidade surda, línguas surdas e sujeito surdo, no entanto, não limitar o trabalho pedagógico com o aluno surdo somente ao mundo surdo, pois essa pessoa precisa se deslocar em diferentes mundos, como uma pessoa detentora de conhecimentos em diferentes aspectos, em diferentes contextos sociais e na sua vida.
            Assim, na pessoa com surdez, os processos perceptivos, linguísticos e cognitivos devem ser potencializados, para que assim essa pessoa consiga estabelecer interação e comunicação não somente na linguagem Brasileira de Sinais - Libras, mas em todas as linguagens utilizadas em seu contexto sócio-cultural, tanto no âmbito escrito quanto na leitura.
            Para tanto, a obrigatoriedade da educação bilíngue para os educandos surdos está prevista nos dispositivos legais do Decreto 5.626 de 5 de dezembro de 2005, que garante a formação da pessoa com surdez na Língua Brasileira de Sinais e na Língua Portuguesa, preferencialmente na sua modalidade escrita, e as estratégias com essas duas línguas deve ocorrer de forma simultânea no ambiente escolar.
            No que se refere ao Atendimento Educacional Especializado – AEE, este tem um papel fundamental na educação bilíngue pois organiza o trabalho complementar visando a autonomia e a independência social, afetiva, cognitiva e linguística da pessoa com surdez no contexto escolar e social. Para tanto, as estratégias desenvolvidas em sala de aula e no AEE devem possibilitar o estímulo e o desenvolvimento de uma abordagem bilíngue para a educação linguística da pessoa com surdez, através de mediações adequadas em que esse conhecimento seja para as relações sociais estabelecidas dentro e fora do ambiente escolar.
            Partindo desses pressupostos é importante pensar no currículo na educação bilíngue que não deve ser estanque, fragmentado, linear, hierarquizado, em que exista uma relação entre teoria e prática, possibilitando ao educando com surdez a construção de seu conhecimento a partir de mediações adequadas.
            Nessa perspectiva, importa destacar a Pedagogia Contextual Relacional que se caracteriza na formação do ser humano, em diferentes contextos que devem ser significativos, levando-se em conta todas as vivências da pessoa com surdez, ou seja, partindo da sua realidade para a construção de conhecimentos científicos, numa abordagem bilíngue.
            Para a elaboração das estratégias e recursos adequados, é importantíssimo o diagnóstico inicial do aluno com surdez para que a partir desse diagnóstico o professor do AEE, o que possibilita a percepção do percurso do processo ensino e aprendizagem do aluno com surdez. O AEE para a pessoa com surdez é realizado em três momentos didático-pedagógicos: Atendimento Educacional Especializado em Libras; Atendimento Educacional Especializado para o ensino da Língua Portuguesa escrita; e o atendimento educacional especializado para o ensino de Libras. Neste plano são trabalhadas as duas línguas (Libras e Língua Portuguesa escrita) interligadas, possibilitando assim uma aprendizagem efetiva para a pessoa com surdez.

Referências:

DAMÁZIO, M. F. M.; ALVES, C. B. Atendimento Educacional Especializado do aluno com surdez. Capítulo 2. São Paulo: Moderna, 2010.

Um comentário:

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