Surdocegueira e Deficiência Múltipla: entendendo esse desafio
O contexto educacional
inclusivo caracteriza-se por ser um espaço em que ocorre o acesso, a
participação e a aprendizagem de todos os alunos, independentemente das
potencialidades e dos comprometimentos apresentados pelos mesmos, sejam estes
de natureza cognitiva, motora, emocional, neurológicas ou outras.
Assim,
no âmbito educacional é imprescindível o entendimento das diferentes
deficiências ou síndromes de alguns educandos, pois cada característica exige
uma metodologia e estratégias adequadas para garantir a inclusão de todos.
Nesse
interim, importa destacar as diferenças entre Surdocegueira e Deficiência
Múltipla, para que no contexto educacional se percebam as necessidades
básicas das mesmas, bem como as estratégias a serem utilizadas no processo
educacional com os educandos que se enquadra em tais deficiências.
A surdocegueira se caracteriza por ser uma deficiência única, em que
o indivíduo apresenta perdas auditivas e visuais. A Deficiência Múltipla, que é a associação de duas ou mais
deficiências, o que requer intervenções pedagógicas de acordo com as
deficiências apresentadas, pois ela pode se apresentar em diferentes
associações: Física e Psíquica, Física e Sensorial, Sensorial e Psíquica ou
Física, Psíquica e Sensorial.
Esses
educandos apresentam necessidades básicas, principalmente no âmbito da
comunicação, sendo imprescindível que o professor saiba como o aluno estabelece comunicação com as pessoas,
se o mesmo apresenta atitude de dependência ou autonomia e como é sua interação
com os colegas. Portanto, para alunos que apresentam alguma limitação, em
decorrência da surdocegueira ou deficiência múltipla, cabe ao docente o
planejamento de intervenções pautadas no aprendizado e estímulo da linguagem,
seja expressiva ou receptiva.
Assim,
os docentes devem considerar a forma particular de cada aluno em comunicar e
expressar seus conhecimentos, suas ideias, seus sentimentos e necessidades,
seja através do alguma forma de Comunicação Alternativa[1]
e Aumentativa - CAA[2] (jogos educativos, gestos,
expressões faciais, cartões de comunicação, pranchas alfabéticas e de palavras,
computadores, vocalizadores, ampliações e outras) para alunos com
comprometimento da fala, desde que estes recursos permitam a confirmação da
aprendizagem, respeitando o estilo e o tempo de cada indivíduo.
Para este fim, é necessário
que o professor viabilize, quando necessário, o uso de Recursos Pedagógicos Adaptados[3] e Recursos da Tecnologia Assistiva[4] de acordo com as necessidades específicas de cada aluno,
para auxiliá-los na eliminação ou diminuição das barreiras (temporárias ou
permanentes) impostas pela deficiência ou pelo meio.
Referências:
BOSCO, Ismênia C. M. G.; MESQUITA,
Sandra R. S. H.; MAIA, Shirley R. Coletânea UFC-MEC/2010: A Educação Especial
na Perspectiva da Inclusão Escolar - Fascículo 05: Surdocegueira e Deficiência
Múltipla (2010).
[1] Procedimentos
técnicos e metodológicos direcionado a pessoas acometidas por alguma doença,
deficiência, ou alguma outra situação momentânea que impede a comunicação com
as demais pessoas por meio de recursos usualmente utilizados, mas
especificamente a fala.
[2] Área da
Tecnologia Assistiva que se destina especificamente à ampliação das habilidades
de comunicação (MEC, 2010).
[3] São recursos que
englobam todas as formas de comunicação que possuem expressão lingüística na
forma física e fora do corpo do usuário, como objetos reais, miniaturas de
objetos, pranchas de comunicação com fotografia, fotos e outros símbolos
gráficos e, ainda, os sistemas computadorizados.
[4] São recursos
computacionais de hardware
(equipamentos) e de software
(programas) que auxiliam na promoção da funcionalidade de alunos com
deficiência na realização das atividades escolares.